Huf!!! Ainda bem que não sou a pessoa que há cerca de três anos, publicou na blogosfera, na véspera do seu suicídio, um post, no qual me inspirei para escrever o meu texto.
A feitura do post anterior, representa o desespero de alguém que, à beira do abismo, para onde os seus problemas o empurram, ainda tem uma esperança de que uma mão o pode agarrar. Infelizmente essa mão, comportou-se como todas as outras, que tinham contribuído para a sua decisão; negou-lhe o seu auxílio.
Na maior parte dos casos, o suicida é a pessoa mais só no mundo, esse mundo cruel, onde a indiferença, o subtrai do nosso imaginário sentimental, só cabendo nele aqueles que o nosso egoísmo selecciona, como se os outros não passassem de algo, imerecido da nossa atenção.
Não era meu objectivo, com o texto, tratar dos problemas emocionais e causas que concorrem para o suicídio, isso ficará para depois, mas sim fazer um teste.
A ideia surgiu-me ao verificar a importância que nos blogues, pelo menos em muitos deles, é dada a uma nomeação fútil, vazia de conteúdo, mas que parece, em muitos casos, representar um reconhecimento meritório, que muito que procure, não consigo encontrar justificação, além da vaidade, apanágio das coisas pequeninas; ter um Thing Blogger Award ou ser um dos sete blogues Maravilha.
Porquê não prospectar a reacção das pessoas perante a possibilidade do acontecimento ser verdadeiro? Só o inesperado poderia tornar verdadeira a reacção.
O resultado está aí, no conteúdo dos comentários que recebi. Confesso a perplexidade perante algumas opiniões, tal o seu antagonismo, entre o que escrevem normalmente e, o que escreveram nos comentários. Pergunto: - Qual é o personagem verdadeiro?
Anatomia dos ComentáriosNão se pode pôr um dúvida que a tormenta não é seguida da bonança. A esperança tem de ser inquestionável. As nossas presumíveis convicções, não ecoam, só as dele são as mais importantes, só o apelo a elas pode ter êxito, ainda que a motivação seja de louvar.
Eu quero mas não posso, soa um pouco a comodismo, o que menospreza de algum modo a violência da decisão. Avivar o motivo, também não é o caminho certo, quando o ideal é fazê-lo esquecer. O apelo no despedimento, também é um erro, pois ele subentende quase uma resignação quanto ao desfecho. Nestes dramas, a intenção só por si, louvável, mas insuficiente.
Nunca pensem que o suicida se dirigirá a vocês, quando, pelo contrário, ele anseia que cheguem a ele.
Trocar a presença pelo pensamento, por muito forte que seja não é solução. Ele poderá pensar, que fosse o filho, tudo seria possível fazer, remover-se-iam montanhas, mas como não é, o vale para ele continua profundo.
Não estou a brincar, o suicídio na maior parte das vezes é um acto anunciado, só que a insensibilidade, não permite reconhecer os sinais.
Se os problemas passassem com um duche frio, o que me parece uma opinião desrespeitadora pelo sentir alheio, era de aconselhar a retirada de todos os esquentadores, não fosse a tentação da água quente, permitir a continuidade dos problemas.
A recomendação também não parece feliz, quando para ele a questão não se põem em termos do tamanho dos tomates, mas que a sua situação é o mais importante de tudo. Não existe indiferença, mas subestimação da importância dos problemas alheios
As palavras mágicas nestas circunstâncias não funcionam, como não há magia que lhe solucione o problema e o demova da intenção. Só as palavras que tocam o coração podem ter êxito.
Denota-se um certo pouco à vontade em lidar com o problema, ainda que seja sensível para ele.
Pelo contrário, quer desesperadamente alguém. A indiferença pelo sofrimento alheio, é um acto predador.
As intermitências da morte são do Saramago, aqui a história não se compadece com gastos. Há coisas na vida que não têm preço.
Se não tivesse confirmado a data de hoje no calendário, diria que estava perante uma sentença da Inquisição, onde o valor humano era desprezado. Tentar o apoio da família blogosférica para tão indecorosas afirmações, é no mínimo cobardia e pegando nas palavras, vade-retrum-satanas.
Não encontrando adjectivação suficientemente à altura, só a insanidade me ocorre. Em que mundo viveríamos se as pessoas fossem todas assim?
Será que morrer por amor pertence ao passado? Se o fôr, muito mal vão os nossos tempos onde o amor já não merece que se morra por ele, ou o amor não ser mais do que uma banalização do nosso quotidiano, onde o amor pelo próximo não passa de um slogan publicitário de algo que passou de moda.
Talvez se tenha de reaprender o amor.
Considerar o post de mau gosto, no mínimo é uma afirmação de mau gosto. É notório que não leu o post anterior, nem tão pouco este com atenção. Não é minha intenção jogar com os sentimentos das pessoas, mas alertá-las para uma situação cada vez mais preocupante, principalmente entre a juventude e os idosos, mas pelos vistos não tive sucesso.
Surpreende que para se ser sensível se tenha de observar, ver para crer como S. Tomé. A sensibilidade é uma coisa nata, que quando existe é para tudo, e não só para aquilo que nos impressiona mais. E o coitado do suicida é que é egoísta.
O “javardo” não saltou, por isso ninguém se atrasou no salvamento. Quem sabe se não estará arrependido de não o ter feito, depois de ler o que foi escrito. Andou muito perto do objectivo deste post, só o convite para beber uns “Gandas” não é aceite para não ter a companhia Nietzshe e Kierkegaard.
Já evocava Mea culpa pela falta de compreensão do texto, mas foi um alívio ao ler o comentário da Margusta.
Agora vamos à votação. Para não acontecer o que é hábito, a votação ter como critério de escolha dos amigos, para inovar, cada um escolhe a nota que pensa que lhe deve ser atribuída, de acordo com os requisitos.
Nota 5 Todas as pessoas de bem merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os problemas dos outros. Ser Incondicional na disponibilidade para ajudar o próximo.
Nota 4Todas as pessoas de bem merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os problemas dos outros.
Nota 3Só as pessoas de quem gostamos merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os seus problemas. Ser incondicional na disponibilidade em as ajudar.
Nota 2Só as pessoas de quem gostamos merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os seus problemas.
Nota 1Só as pessoas de quem tiramos partido nos interessam.
Nota 0Não há ninguém digno da nossa atenção, quanto mais do nosso respeito.
Em Memória de:João (2004)
Miguel (2006)