À L'Ombre Des Jeunes Filles En Fleurs

Wednesday, July 18, 2007



Ballet For Life - Maurice Béjart
Music: Queen e Mozart

Dedicated to all those who died before their time...
Maurice Béjart

Wednesday, July 4, 2007

the bridge

aconselha-se que leiam todos os posts deste blogue e deixem depoimentos,
Obrigado!

Tuesday, July 3, 2007

Como salvar uma vida...

Miguel entra no shopping às 2.16, dirige-se à cafetaria e pede um café. Pede acesso à net e visita os amigos virtuais deixando mensagens. Passadas cerca de duas horas pede acesso á net. Vai direito ao seu blogue e aos comentários. Lê-os. Senta-se a escrever as cartas aos pais e ao Matias. Conversa com uma ou outra pessoa, conversas de circunstância. Dirige-se à livraria onde compra os livros, à secção de DVDs e compra os filmes. Do seu dinheiro resta-lhe apenas o pouco para ter mais um novo acesso à net. Digita o seu endereço de e-mail e abre-o. Lá dentro tem três mensagens importantes. Uma diz: tem aqui o meu telemóvel. telefone-me. Outra: moro perto daí, vou já, não te conheço, nem me importa, espera por mim. E a terceira: estou perto, vou já para aí, se me quiseres contactar deixo o meu telemóvel, mas já vou a caminho.
Todas as três mensagens eram de pessoas da blogosfera. A primeira não conhecia. A segunda não conhecia mas era visita assídua do seu blogue. A terceira conhecia vagamente e era apenas comentadora de alguns dos seus textos.
Ao fechar a caixa do correio, eles já estavam ao seu lado.
e Miguel foi salvo...

Atitude certa a ter nestes casos: segurar o possível suicida até chegar até ele. Não há mais nenhuma saída.

Aconselha-se aos visitantes deste blogue a leitura de todos os seus textos.
Pede-se igualmente que leiam o post anterior antes de lerem este.

Na mente do suicida

Entro na Fnac do Cascais Shopping às 2.16 da tarde. Dirijo-me à cafetaria e peço um café e acesso á Internet. De lá faço os meus comentários nos diversos blogues. Os comentários dizem somente recorda-me…num ou outro que gosto mais acrescento: gosto de ti.
Sento-me numa das mesas, tiro do saco um Bloco A4. Escrevo as cartas para os meus pais e o Matias, pedindo-lhes perdão para o meu acto, mas a vida é-me insuportável. Não posso pensar neles e na culpa que vão sentir, a vida é-me insuportável. Não consigo continuar, não quero continuar! Choro enquanto escrevo.Ninguém à volta parece notar.
São 4.16 . Abro o meu blogue e leio os comentários. Entre eles está um que diz o seguinte:"deixei o número do meu telemóvel no teu mail. Telefona-me!” Fecho o Blogue . Dirijo-me à secção de livros , compro quatro livros, depois à de Filmes e compro três filmes. Volto à cafetaria. Sento-me. Bebo um sumo de laranja e como um pastel de nata com canela como eu gosto. Abro cada livro e escrevo uma dedicatória em cada. “A última saída para Brooklyn” de Hubert SelbyJr para a minha mãe,” Os Mapas do Mundo” de Michael Swift para o meu pai, “Os Comediantes” de Graham Greene para o Matias, e “Dias Exemplares” de
Michael Cunningham para X. Os filmes “Fala com Ela” do Almodôvar, para a 1ª amiga virtual, a que me enviou o telemóvel,” Longe do Paraíso” para a namorada do Matias e “O Piano” para a 2ªamiga virtual (sei ser o seu filme preferido, está lá no perfil).
19.02 volto a pedir acesso à Internet, escrevo um mail à senhora que me enviou o número de telemóvel, nele digo: “não se preocupe. sei que ficou aflita e por isso lhe escrevo. muito obrigado por me enviar o telemóvel, não farei uso dele nem o passarei a ninguém. aquilo não passa de um teste psicológico. agradeço a sua confidencialidade.”. só a quero tranquilizar, ela mora no Porto, muito longe e eu nem sequer trouxe telemóvel.
21.57 saio do Cascais Shopping. Em casa tenha vários envelopes onde introduzo os livros e os filmes. Fecho-os e escrevo os endereços.
Abro o meu computador, vou ao meu blogue ver os comentários. O que lá está escrito deita-me por terra, não existe gente boa, não existe amor, nem compreensão, não podem vir ter comigo, não tenho tomates, dizem até estarem perto mas não “vou lá ter contigo”, chamam-me bêbado, até dizem para escrever um post amanhã em caso de me matar, falam das crianças com cancro só essas merecem solidariedade, eu não passo dum bardamerdas, dum cobarde, dum egoísta.
É o que eu sou mesmo. Sou mesmo isso tudo que eles dizem. Não passo dum merdas.
Ainda abro a caixa de correio mas e-mails NADA.
Pego nos embrulhos e vou até ao café da esquina onde sou conhecido, pedindo-lhes que os enviem na 2ºfeira, visto eu ir viajar. Dizem-me que sim.
Sou mesmo um merdas! Um merdas!
Where are you? Where are You?
E foi THE END.

Sunday, July 1, 2007

Mea Culpa?

Huf!!! Ainda bem que não sou a pessoa que há cerca de três anos, publicou na blogosfera, na véspera do seu suicídio, um post, no qual me inspirei para escrever o meu texto.

A feitura do post anterior, representa o desespero de alguém que, à beira do abismo, para onde os seus problemas o empurram, ainda tem uma esperança de que uma mão o pode agarrar. Infelizmente essa mão, comportou-se como todas as outras, que tinham contribuído para a sua decisão; negou-lhe o seu auxílio.

Na maior parte dos casos, o suicida é a pessoa mais só no mundo, esse mundo cruel, onde a indiferença, o subtrai do nosso imaginário sentimental, só cabendo nele aqueles que o nosso egoísmo selecciona, como se os outros não passassem de algo, imerecido da nossa atenção.

Não era meu objectivo, com o texto, tratar dos problemas emocionais e causas que concorrem para o suicídio, isso ficará para depois, mas sim fazer um teste.

A ideia surgiu-me ao verificar a importância que nos blogues, pelo menos em muitos deles, é dada a uma nomeação fútil, vazia de conteúdo, mas que parece, em muitos casos, representar um reconhecimento meritório, que muito que procure, não consigo encontrar justificação, além da vaidade, apanágio das coisas pequeninas; ter um Thing Blogger Award ou ser um dos sete blogues Maravilha.

Porquê não prospectar a reacção das pessoas perante a possibilidade do acontecimento ser verdadeiro? Só o inesperado poderia tornar verdadeira a reacção.

O resultado está aí, no conteúdo dos comentários que recebi. Confesso a perplexidade perante algumas opiniões, tal o seu antagonismo, entre o que escrevem normalmente e, o que escreveram nos comentários. Pergunto: - Qual é o personagem verdadeiro?

Anatomia dos Comentários

Não se pode pôr um dúvida que a tormenta não é seguida da bonança. A esperança tem de ser inquestionável. As nossas presumíveis convicções, não ecoam, só as dele são as mais importantes, só o apelo a elas pode ter êxito, ainda que a motivação seja de louvar.

Eu quero mas não posso, soa um pouco a comodismo, o que menospreza de algum modo a violência da decisão. Avivar o motivo, também não é o caminho certo, quando o ideal é fazê-lo esquecer. O apelo no despedimento, também é um erro, pois ele subentende quase uma resignação quanto ao desfecho. Nestes dramas, a intenção só por si, louvável, mas insuficiente.

Nunca pensem que o suicida se dirigirá a vocês, quando, pelo contrário, ele anseia que cheguem a ele.

Trocar a presença pelo pensamento, por muito forte que seja não é solução. Ele poderá pensar, que fosse o filho, tudo seria possível fazer, remover-se-iam montanhas, mas como não é, o vale para ele continua profundo.

Não estou a brincar, o suicídio na maior parte das vezes é um acto anunciado, só que a insensibilidade, não permite reconhecer os sinais.

Se os problemas passassem com um duche frio, o que me parece uma opinião desrespeitadora pelo sentir alheio, era de aconselhar a retirada de todos os esquentadores, não fosse a tentação da água quente, permitir a continuidade dos problemas.

A recomendação também não parece feliz, quando para ele a questão não se põem em termos do tamanho dos tomates, mas que a sua situação é o mais importante de tudo. Não existe indiferença, mas subestimação da importância dos problemas alheios

As palavras mágicas nestas circunstâncias não funcionam, como não há magia que lhe solucione o problema e o demova da intenção. Só as palavras que tocam o coração podem ter êxito.
Denota-se um certo pouco à vontade em lidar com o problema, ainda que seja sensível para ele.

Pelo contrário, quer desesperadamente alguém. A indiferença pelo sofrimento alheio, é um acto predador.

As intermitências da morte são do Saramago, aqui a história não se compadece com gastos. Há coisas na vida que não têm preço.

Se não tivesse confirmado a data de hoje no calendário, diria que estava perante uma sentença da Inquisição, onde o valor humano era desprezado. Tentar o apoio da família blogosférica para tão indecorosas afirmações, é no mínimo cobardia e pegando nas palavras, vade-retrum-satanas.
Não encontrando adjectivação suficientemente à altura, só a insanidade me ocorre. Em que mundo viveríamos se as pessoas fossem todas assim?

Será que morrer por amor pertence ao passado? Se o fôr, muito mal vão os nossos tempos onde o amor já não merece que se morra por ele, ou o amor não ser mais do que uma banalização do nosso quotidiano, onde o amor pelo próximo não passa de um slogan publicitário de algo que passou de moda.
Talvez se tenha de reaprender o amor.

Considerar o post de mau gosto, no mínimo é uma afirmação de mau gosto. É notório que não leu o post anterior, nem tão pouco este com atenção. Não é minha intenção jogar com os sentimentos das pessoas, mas alertá-las para uma situação cada vez mais preocupante, principalmente entre a juventude e os idosos, mas pelos vistos não tive sucesso.

Surpreende que para se ser sensível se tenha de observar, ver para crer como S. Tomé. A sensibilidade é uma coisa nata, que quando existe é para tudo, e não só para aquilo que nos impressiona mais. E o coitado do suicida é que é egoísta.

O “javardo” não saltou, por isso ninguém se atrasou no salvamento. Quem sabe se não estará arrependido de não o ter feito, depois de ler o que foi escrito. Andou muito perto do objectivo deste post, só o convite para beber uns “Gandas” não é aceite para não ter a companhia Nietzshe e Kierkegaard.

Já evocava Mea culpa pela falta de compreensão do texto, mas foi um alívio ao ler o comentário da Margusta.

Agora vamos à votação. Para não acontecer o que é hábito, a votação ter como critério de escolha dos amigos, para inovar, cada um escolhe a nota que pensa que lhe deve ser atribuída, de acordo com os requisitos.


Nota 5
Todas as pessoas de bem merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os problemas dos outros. Ser Incondicional na disponibilidade para ajudar o próximo.

Nota 4

Todas as pessoas de bem merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os problemas dos outros.

Nota 3

Só as pessoas de quem gostamos merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os seus problemas. Ser incondicional na disponibilidade em as ajudar.

Nota 2
Só as pessoas de quem gostamos merecem o nosso respeito. Ter sensibilidade para os seus problemas.

Nota 1
Só as pessoas de quem tiramos partido nos interessam.

Nota 0

Não há ninguém digno da nossa atenção, quanto mais do nosso respeito.

Em Memória de:

João (2004)
Miguel (2006)

Friday, June 29, 2007

Mea Culpa

Este é o meu último post. Despeço-me de todos, amigos da net.
Hoje à noite vou atirar-me da ponte 25 de Abril. This is the end!
Estou na Fnac do Cascais Shopping a escrever a carta de despedida para os meus pais.
Eles são os culpados de eu chegar ao extremo de me querer matar.
Criei este blogue, criei pistas falsas para eles não me poderam ler.
Mas sei que tenho amigos na net sei que algum deles me poderá dizer uma palavra que talvez evite, talvez uma voz amiga, talvez...talvez...
Os meus pais nunca "assumiram" a minha homossexualidade, antes pelo contrário, recriminaram-me. A última que fizeram foi porem-me fora de casa.
Fui viver provisoriamente com o Matias, o meu namorado. Ontem ele disse-me que ia casar. Casar? Casar, isso mesmo.
Não tenho amigos, no meu ciclo proliferam os betinhos e as dondoquinhas, padre nosso avé maria. Há muito que me viraram as costas. Hoje, ao levantar-me de manhã achei que não havia qualquer motivo para continuar vivo.
Sou advogado. E daí? Não me interessa o dr. para nada. Mais uma coisa que os meus pais me inpuseram: ser advogado.
Julgam que isto é só mais um post. Não é. É a verdade!
Vocês conseguem ajudar-me? Vou a alguns de vós dizer-vos adeus. Porque gosto de alguns.

Querem ajudar-me? Permitam-me que duvide.
Estou no Cascais Shopping e pretendo beber uns copos até às dez da noite.
Visto calças de ganga, t-shirt vermelha e sou um homem de 26 anos.
Quero ver! Quero ver!

Wednesday, June 27, 2007

Este é um blogue que vai abordar o tema do suicídio. É um tema tabu na nossa sociedade. Muita gente foge até de pronunciar a palavra suicídio.

Vamos tentar ajudar pais, amigos a "descobrirem" um possível suicida entre as pessoas que os rodeiam.

Não temos a pretensão de escrevermos em perfeito português, sem erros gramaticais, ou de qualquer outro género. Vamos apenas, tentar "avisar" para os indícios mais comuns e os "red alerts" que deverão interessar-vos.

Como salvar uma vida? Não sabemos, mas vamos tentar que algumas não se percam.

Vamos ter depoimentos de jovens, de psiquiatras, e as histórias que vamos "fabricando", para ajudar a compreender e lançar os alertas.

O que leva um jovem de 26 anos ao suicídio? Perguntam. Vamos tentar dar respostas. Olhem na vossa casa, atentamente, os vossos filhos, os vossos velhos. Ouçam os vossos amigos.

Dizem muitos: quem diz que se vai matar, jamais o fará. NÃO É VERDADEIRO!

Suicídio. Este blogue só vai falar de Suicídio, de tentativas de, ou de conversas, maneiras de estar, comportamentos que podem indicar: este pode ser que...

Estejam atentos!